Os sofrimentos da jovem Maya

À escrivaninha. 21°C lá fora. Tarde fria e chuvosa de domingo. Voltei a usar meias. Afff.

Para o décimo nono post participante do projeto, vou compartilhar uma situação inusitada em minha vida de mestra, alguns anos atrás.

O recesso prolongado no fim de semana, por ocasião de um surto de gripe suína, em 2009, obrigou-me a ministrar algumas aulas extras para repor o período em que as escolas fecharam. Fui trabalhar imaginando a recepção nada calorosa de adolescentes retirados da cama, em uma manhã de sábado.

Quando cheguei à sala de aula, o assunto principal era o final da novela Caminho das Índias, de Glória Perez! Are baba! E, já que os alunos não paravam de tecer comentários apaixonados a respeito das situações que permearam o imaginário de meio mundo na véspera, o jeito foi me render e entrar na discussão.

No meio da conversa, mudei o rumo da discussão (mestra carrasca) para uma análise dos procedimentos utilizados pela autora da novela na construção do destino de cada personagem. Foi um debate enriquecedor. E a discussão se estendeu para outros gêneros de obra de ficção: conversamos sobre filmes, livros e afins.

Daí para propor a leitura de Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe, foi mais fácil do que eu imaginara. Falar de um jovem apaixonado, atormentado por seus sentimentos não correspondidos aguçou a curiosidade dos alunos para o meu objetivo principal: dar aula sobre o Romantismo (risadinha sarcástica).

Dar uma aula extra, às sete horas da manhã de sábado, para adolescentes sonolentos, seria um desafio e tanto, sem a interferência de Glória Perez e seus “caminhos”. Atchá!

* Este post faz parte do BEDA – Blog Every Day (April/August), um projeto coletivo em que os blogs se propõem a postar todos os dias do mês. Ele pode acontecer em Abril e/ou em Agosto


3 comentários em “Os sofrimentos da jovem Maya”

  1. Li os sofrimentos do jovem Werther após ter concluído o Ensino Médio e contra os conselhos da maioria dos meus professores (inclusive do cursinho pré-vestibular que havia começado a fazer e precisei parar por questões financeiras). Segundo esses professores, basta ler sobre a obra mas não ler A OBRA em questão uma vez que ela “provocou uma onda de suicídios em jovens na época por isso é inadequada para a leitura na faixa etária adolescente/adulto jovem”.
    Devo ser um pouco sociopata e sem empatia pois não senti nenhum desejo de seguir o caminho de Werther… Na verdade, entendo e de certa forma tenho bem mais compreensão e sensibilidade com o suicídio de Romeu e Julieta na obra homônima ou o de Mariana após a morte de Simão em “Amor de Perdição”. Enfim… Foi uma boa leitura de qualquer forma…rs

    Beijos

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    • É verdade que havia esta crença de que os jovens são influenciados pelo que consome, mas, é controversa. A quantidade de filmes, livros e outras informações estão disponíveis para eles. Acredito que, hoje em dia, esta preocupação não se sustenta.
      beijo, menina

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